Há um homem embriagado
Numa rua sem saída
Um homem cansado
Da noite despida,
Há um homem abandonado
Na cidade escondida
Há um homem acorrentado
Às maldades da vida,
Há um homem silenciado
Nos sorrisos do vento
Há um homem agachado
Na fogueira do sofrimento,
Há um homem retalhado
Pelas espadas da solidão
Um homem enganado
Pelo sonho e ilusão…
Há em ti
Uma canção de saudade
Um poema amordaçado
Há em ti
Uma noite perdida na cidade
Uma noite a um rio acorrentado,
Há em ti
Os gemidos de um espelho em sofrimento
E que se move imensuravelmente para o mar
Há em ti dentro de ti
O silêncio do vento
Antes de acordar.