Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Dez 11
 

Música - Orquestra Skomorokhi de São Petersburgo

Poema e Desenho - Luís Fontinha

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:39
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84,1 x 59,4 (desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:00

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:00

Amar-te-ei quando os silêncios dos céus

Cessarem dentro da espuma enraivecida do mar

Pergunto-me

 

Amar-te-ei

Pergunto-me quando entro no espelho da manhã

E observo o meu rosto transformado em finíssimos fios de luz

Que se abraçam a uma gaivota em cio

O sol desfaz-se em grãos de nada

E eu pergunto-me se amar-te-ei

 

Quando cessarem dentro da espuma do mar

Os silêncios dos céus

 

E se o mar deixar de ser mar

E se os finíssimos fios de luz do meu rosto

Transformarem-se em xisto pregado aos socalcos do douro…

E se a manhã nunca mais for a manhã

E se a manhã deixar de ser um espelho

E se a manhã eternamente a porta de um cubículo

 

Sem janelas viradas para o mar

Pergunto-me se amar-te-ei

Quando um dia acordar

E o meu corpo deixar de ser corpo

E todas as flores serem desejos

E todos os corpos pêndulos de orgasmos junto ao rio

 

Pergunto-me se amar-te-ei

Pergunto-me

Amar-te-ei quando os silêncios dos céus

Cessarem dentro da espuma enraivecida do mar

Não sei

Se chegarei ao dia de me perguntar

publicado por Francisco Luís Fontinha às 13:21

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:12

Eu menino

Mergulhava no medo do mar

Cerrava os olhinhos com os silêncios da tarde

E na areia fina do Mussulo

Descia até às profundezas da terra

E ficava lá até que a noite me acordasse

 

Até que as estrelas se acendessem

Sobre a ilha

E levitando dentro do túnel da maré

Voltava a abrir lentamente os olhinhos…

E sentia os braços da minha mãe

Poisados dobre os pêndulos do meu corpo

 

Eu menino

Mergulhava no medo do mar

Inventava amigos que brincavam comigo

À sombra das mangueiras

E o meu triciclo fartava-se da minha companhia

E antes que chegasse a noite e me levasse para o mar

 

Eu corria eu corria eu… corria para as mãos dum boneco estúpido

Que batizei de chapelhudo

E hoje não tenho o mar nem medo do mar

E hoje sei que amo o mar

E hoje se fosse hoje não me escondia na areia fina do Mussulo

Hoje eu corria eu corria eu… corria até me cansar

publicado por Francisco Luís Fontinha às 01:41

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