Sonhos…
Retas paralelas que se abraçam no infinito
Pedacinhos de cor
Que voam em direção ao pôr-do-sol
E caiem sobre a dor do oceano
Sonhos…
Retas paralelas
Suspensas nos lábios da noite
Retas
E sonhos
À conquista do infinito
E caiem
E caiem sobre o mar.
Deixei de ter tudo
Na gaguez das palavras
No sofrimento de um poema
Deixei de ter tudo
E hoje sou apenas uma sombra
Prisioneira na janela
E cessaram as manhãs
Que me visitavam
E traziam-me as palavras e as cores do oceano
Depois de a noite mergulhar no jardim fantasma
Na cidade imaginária
Deixei de ter tudo
E percebo que nunca tive nada.