Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Dez 11

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:15

Todas as flores são parvas

E parvas são as minhas palavras

Quando comidas por abelhas gananciosas

Depois do almoço

 

Das flores parvas

Nascem as minhas palavras parvas

Que um parvalhão

Semeia na ardósia junto à ribeira

 

E eu

E eu sou tão parvo como as flores parvas

Porque semeio as minhas palavras

Porque sou eu o parvalhão

Sentado numa pedra

A olhar as flores parvas e as abelhas gananciosas

 

A comerem as minhas palavras

Que substituíram por pão

Depois do almoço

 

Malditas flores parvas

Que comem as minhas palavras

Parvas

Que eu semeei na ardósia junto à ribeira

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:08
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59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:54

Roubaram-me o sorriso

E acorrentaram-me à solidão

Fizeram das ruas um corredor sem juízo

E das janelas um sonho sem coração

 

Roubaram-me o mar

E as palavras que tinha para escrever

Fizeram das ruas um cemitério sem luar

 

Fizeram das ruas uma noite para esquecer

Roubaram-me o amanhecer

E a vontade de amar

 

Roubaram-me o sorriso

E acorrentaram-me à solidão

Fizeram das ruas um corredor sem juízo

E das janelas uma prisão

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:05

Dezembro 2011
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