Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

04
Dez 11

Morri,

Cessa o odor do meu corpo

Pendurado numa árvore invisível

E uma cidade imaginária

Com milhões de árvores invisíveis

Voam para o mar,

 

Morri,

E todos os que me amavam

Morreram;

(trinta e três cachimbos e quatro mil e quinhentos livros)

Que não me serviram de nada

Apenas que me amavam

E deixaram de me amar,

 

Morri,

E a cidade imaginária

Com milhões de árvores invisíveis

Sobre o mar imaginário

Olham o meu corpo

Que olha o odor do meu corpo

 

Pendurado numa árvore invisível,

Morri,

Morri sem perceber

Que sempre vivi sem viver…

Vivi numa cidade imaginária com milhões de árvores invisíveis

E que deixaram de me amar;

(trinta e três cachimbos e quatro mil e quinhentos livros).

publicado por Francisco Luís Fontinha às 01:12
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03
Dez 11

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:22

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:16

Há um homem embriagado

Numa rua sem saída

Um homem cansado

Da noite despida,

 

Há um homem abandonado

Na cidade escondida

Há um homem acorrentado

Às maldades da vida,

 

Há um homem silenciado

Nos sorrisos do vento

Há um homem agachado

Na fogueira do sofrimento,

 

Há um homem retalhado

Pelas espadas da solidão

Um homem enganado

Pelo sonho e ilusão…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:01
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Há em ti

Uma canção de saudade

Um poema amordaçado

Há em ti

Uma noite perdida na cidade

Uma noite a um rio acorrentado,

 

Há em ti

Os gemidos de um espelho em sofrimento

E que se move imensuravelmente para o mar

Há em ti dentro de ti

O silêncio do vento

Antes de acordar.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 13:46

02
Dez 11

Do sonho acorda a noite

E as traineiras dentro do rio

Às cabeçadas contra as nuvens suspensas no teto da cidade

A cidade acorda e mistura-se na sonolência de ruas sem saída

E gaivotas que dormem junto a Belém

Oiço os sorrisos das traineiras

E os suspiros das gaivotas

Debaixo da relva entalada na garganta do jardim…

 

Um homem vestido de mulher

Agachado nas migalhas adormecidas na calçada

E um corpo de ferro

Vestido de traineira desce a Ajuda

 

E afunda-se no Tejo.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 23:42

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:25

publicado por Francisco Luís Fontinha às 13:06

01
Dez 11

 

84,1 x 59,4 (desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:41

Morrem as palavras

Morrem os sonhos

E a manhã de outono…

Afunda-se a cidade

Na sombra que poisa nos meus ombros

E dos meus olhos

Acordam as lágrimas

Que caminham para o rio

Um petroleiro desgovernado

Despede-se da tarde

E as palavras e os sonhos e a manhã de outono…

Fogem da cidade.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 14:49
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