É em ti que escondo as palavras
Dos silêncios da manhã
É em ti que cerro os cortinados da solidão
Quando a noite me vem buscar
É em ti que os meus braços prisioneiros do mar
Brincam nas asas dos teus olhos
Quando me sento junto ao rio
E de ti vêm as estrelas da saudade
É em ti que me deito
E é de ti que crescem os sonhos e as nuvens e a chuva…
De ti bebo a poesia
Quando em ti um jardim imaginário se deita na tua mão
E eu sem ti
Sou uma rocha magoada
Uma árvore que tomba na calçada
E vens tu
E me levantas do chão
E sobre mim semeias a madrugada