Desceste as escadas e atravessaste a porta da madrugada, não corri atrás de ti, adormeci junto à janela sem olhar para o rio, e quando acordei procurei o teu perfume na saliva da noite, e a noite tinha desaparecido, e tudo desapareceu…
Desliga-se o meu corpo
Das luzes da noite
Cessam todas as palavras suspensas em mim
Quando à janela do meu olhar sorri a tempestade
O mar jamais voltará a ancorar nos meus braços
E todos os rios desistiram de correr para o mar
E todos os mares morreram dentro de um sonho
Desliga-se o meu corpo
Das luzes da noite
E caiem pedacinhos de solidão
Do teto do meu quarto
E percebo que estou só
E percebo que a vida deixou de sorrir
E percebo que dentro de mim apenas silêncios
À beira de um cais