Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

04
Abr 12

Hoje aprendi o que significa pompoar e em que consiste o pompoarismo, na ponta dos dedinhos finíssimas gotas de orvalho despedem-se da maré, lá fora, dentro de ti um silêncio no corredor da morte, vejo no teu peito a ingrime manhã ensanguentada de desejo,

- “Contrair e relaxar os músculos ao redor da vagina Explica a doutora…”,

O desejo enlouquece a Marilú que sentada numa cadeira segue religiosamente os cinco passos, exercícios simples que qualquer mão percebe quando toda a noite vive no infinito mausoléu da miséria, um corpo embalsamado sorri quando passo descalço em direção ao rio,

- “Contrair e relaxar os músculos ao redor…”, ao redor da madrugada quando procuras debaixo da cama os ossos que sobejaram da minha partida, hoje aprendi que a lua masturba-se em frente ao espelho do sol, hoje, hoje uns dizem que os subsídios de férias e de natal são histórias do passado, outros, outros que não, e enquanto a lua finge orgasmos de cristal, o povo fodido, o povo fodido…

As ratazanas que durante a noite deambulavam pelas casernas infestadas de fumo de haxixe, ao pequeno-almoço um copo de lata recheado de vodka e erva dos jardins de Belém, e o corpo em fio-de-prumo na formatura das oito horas tombava como as árvores no outono quando se despedem dos filhos,

- “Com o Ben-wa (bolinhas) ”,

Que coisa mais estranha minha filha Pijama com Bolinhas encarnadas, nuvens de porcelana e mendigos a exercitarem o pompoarismo, E o que diria o teu pai de tudo isto? Que sou feliz mãe, muito feliz…

Desisto Não nasci para pompoar nem para o pompoarismo,

STOP.

 

(texto não revisto)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:46

 

Saberei um dia

Perceber o sorriso das sombras? Pergunto-me…

Pergunto-me porque voam os barcos

Sobre a copa das árvores

Pergunto-me porque dormem os pássaros

No centro da cidade

Saberei um dia

O que são acácias?

Pergunto-me quando pego num livro

E oiço a morte das palavras

publicado por Francisco Luís Fontinha às 17:02

Há um oceano sem braços

No meu corpo emagrecido

Há um pôr-do-sol em cansaços

Nos olhos de um barco perdido,

 

Há um tempo sem gente

E uma biblioteca sem poesia

Há um oceano que mente

E vive na fantasia,

 

Há um oceano sem braços

No meu corpo emagrecido

Há um homem que procura abraços

Há um homem que vive esquecido.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:40

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