Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

06
Abr 12

É tudo tão estranho Mãe,

As árvores parecem acorrentadas às tardes de outono, os pássaros desassossegados enlouquecem e começam à cabeçada aos desempregados, à cabeçada aos ciganos e aos pretos e aos estrangeiros, Tão triste Mãe,

Como se estes fossem os problemas deste país, como se quatro feriados fossem o problema deste país, Mãe,

E este país parece a “a conjetura de hodge” às cabeçadas à maré quando se levanta a fome e percorre todos os compartimentos do palheiro, insiro a moeda na ranhura, um fio de sémen vai à china, entra no servidor

- Tem saldo pode dar à luz,

Entra no servidor e após um pedacinho de espera, e , e ilumina-se todo o palheiro, Fantástico Mãe,

Ainda bem que já partiste Mãe, ainda bem,

- Porque garanto-te que aqui é mil vezes pior do que o sítio onde estás, mil vezes pior, olha… muito pior de que quando caíram todas as nuvens sobre o nosso quintal em luanda, e muito pior de que a nossa chegada a lisboa e ainda havia tejo, “Vende-se Rio no centro de lisboa”,

Foda-se Vão vender o rio…

- Eles vão vender as gaivotas Mãe, inserias a moeda de vinte e cinco escudos na ranhura e do outro lado uma gaja nua dançava feita louca, Que saudades Mãe Que saudades to tempo em que ainda existiam moedas na algibeira,

Não sejas Parvalhão Meu Filho vão agora vender as gaivotas!,

- As gaivotas voam não é Mãe?, E que sim Que as gaivotas voavam sobre o rio e que o pôr-do-sol era tão lindo,

Tão lindo Mãe o pôr-do-sol visto junto ao tejo, insiro a moeda na ranhura, um fio de sémen vai à china, entra no servidor Vendido ao senhor de olhos em bico, como se os problemas deste país fossem os pássaros desassossegados enlouquecidos à cabeçada aos desempregados, à cabeçada aos ciganos e aos pretos e aos estrangeiros, Tão triste Mãe,

- Deus só fez os brancos Mãe?,

Vende-se Rio no Centro de lisboa.

 

(texto de ficção não revisto)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:22

Saboreias o cansaço das palavras

E procuras deus nas sílabas da manhã…

Conseguirás encontrá-lo?

 

Saboreias a vida em pedacinhos de nada

Com o medo na algibeira

Que da noite venha até ti a escuridão,

 

Conseguirás encontrá-lo?

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:51

Ontem li um artigo no Sapo Angola (http://noticias.sapo.ao/info/artigo/1234094.html) que a transportadora aérea Ryanair pretende que as assistentes de bordo percam peso para poupar dinheiro, o tamanho das revistas será diminuído e vai usar menos gelo nas bebidas que serve.

Menos peso menor custo em combustível.

E tudo isto é absurdo, porque põe em causa os direitos fundamentais do ser humano, e neste caso estão em causa os direitos da mulher apenas porque um louco acordou de manhã e chegou à conclusão que se elas perderem peso os custos em combustível diminuem. Só um louco pode chegar a esta conclusão.

Reduzir custos começa pelos salários dos administradores, será um excelente começo.

Não tenho condições económicas para viajar, muito menos de avião, mas depois do que acabei de ler, nesta companhia NUNCA.

As mulheres não são objetos insufláveis…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:26

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