Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

07
Abr 12

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 23:43

Este barco sem rumo

Nas águas cansadas onde dormem as rosas vermelhas

Este barco sem rumo de âncora aguçada

Entre as nuvens e a lua atormentada

O poeta faz um esboço na maré

Com o carvão inventado das lágrimas da noite

O poeta é um parvalhão

Dentro do barco sem rumo

À procura das sandálias da infância

Teso sempre teso como o fio-de-prumo

Que liga a janela da noite à janela do dia

E o corpo do poeta

Nada mais de que as palavras em revolta

Nada mais

Poeta parvalhão

Sempre teso

Sempre sem tostão

Poeta de merda.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:51

Há de acordar o dia

Nos pergaminhos do teu corpo invisível

Há de evaporar-se a noite no centro do mar

Há de fugir de mim a solidão

E a tristeza

Há de regressar

A vontade de amar

De ler

Escrever

Há de acordar o dia

E todas as janelas descerradas

E todas as luzes felizes na tua mão

 

Há de crescer algas nos teus lábios

E desejos na tua boca

Há de nascer um livro

Nos teus seios de cristal

 

Há de acordar o dia

Que serei livre de gritar que te amo

 

(Há de crescer algas nos teus lábios

E desejos na tua boca

Há de nascer um livro

Nos teus seios de cristal)

 

E não me importo que me chamem de louco

Porque quando acordar o dia

(há de acordar o dia)

Quando acordar o dia…

Gritarei que te amo.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 01:19
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Abril 2012
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