Pedacinhos de mim
acordam na alvorada
(oiço a voz invisível da tempestade)
as minhas pétalas suspensas no tecto da solidão
quando todos os barcos dormem docente
nos lábios do marinheiro embriagado
no final da tarde
levantam-se as velas de cetim
e todas as luzes do abrigo se encerram como as portas da muralha
o marinheiro ausente
deita-se nas minhas mãos
como uma criança cansada
antes de adormecer
e desce a noite
e eu
e ele
enlouquecemos abraçados à maré
(escrito no Ubuntu)