Olho-te sem me olhar
nas paredes do inferno,
olho-te em sonhos de sonhar
quando os lençóis do mar
em beijos amar
adormecem sem acordar,
olho-te sem me olhar
nas paredes do inferno,
e é tão triste o inverno...
Olho-te sem me olhar
nas paredes do inferno,
olho-te em sonhos de sonhar
quando os lençóis do mar
em beijos amar
adormecem sem acordar,
olho-te sem me olhar
nas paredes do inferno,
e é tão triste o inverno...
imaginárias
as coisas invisíveis que vivem em mim
os sábados sem cigarros
domingos sem poesia
e hoje
sexta-feira...
(imaginárias
as coisas invisíveis que vivem em mim)
e hoje escrevo num sábado com cigarros
e o domingo sem poesia
e o domingo com nuvens sobre o teu peito
e hoje
sem poesia
domingos deitado dentro de um cubo de vidro
sem janelas
portas...
imaginárias
as coisas invisíveis que vivem em mim
quando me olho no espelho.