Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Mai 12

abre-se a brecha entre o sol e a lua

uma bolacha de trigo

mergulha no leite com café

sem cigarros

abre-se em ti o murmurar de gemidos

na aldeia escondida das sandálias sem primavera

 

secreta

a vagina da ditadura

 

abre-se

a brecha de uma bolacha de trigo

entre o sol e a lua

na rua

à tua

secreta

vagina

em literatura

 

à tua

na rua

secreta

a vagina de amargura

 

à tua

à tua a rua

sem nome

secreta

ditadura

 

abrem-se

entre o sol e a lua

vagas paras espiões desempregados

ex-drogados

ex-deputados

sem nome

à janela

da vagina secreta

da ditadura

 

na aldeia escondida das sandálias sem primavera

a vagina secreta

da amargura

na rua da ditadura.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:53

Caminho sobre a cidade em construção

deito-me na ponte do desejo

e acaricio os prédios em ruínas

as ruas de sílaba em sílaba

debaixo das árvores de papel

a cidade

a caminho do infinito

na desordem de acordar

 

e frio

nas sílabas de sílabas das sílabas

da tua boca engasgada nas palavras proibidas

e frio do silêncio das flores de cetim

em busca de um abraço

à procura de um beijo

 

a caminhar

sobre o vento em construção

a cidade

a cidade invisível à janela da tua boca

e frio

nas sílabas

em flores de cetim

a cidade proibida

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 14:36
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