as palavras dos teus olhos
habitam no poemário
enfeitado com cerejas
e hortelã
a voz canina da primavera
entranha-se em mim
e o meu corpo pede abraços
ao transeunte anónimo
que apressadamente se esconde
no poema
as palavras
morrem
como tu um dia morreste
(habitam no poemário)
mulher suicida-se
no rio imaginário que brinca nos teus beijos