Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

21
Jun 12
publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:13

20
Jun 12

outras coisas

às vezes

(sinto-me um homem sem pátria)

outras vezes

há coisas para as quais...

coisas inexplicáveis

 

(coisas sem pátria)

 

às vezes

outras coisas

 

procuro o meu nome

na parede da sala

onde está suspensa a última ceia de Cristo

(e curiosamente hoje sem fome)

às vezes

outras coisas

sem pátria

 

e quando acordar o jantar

talvez hoje

coisas sem pátria

às vezes

sem fome

outras coisas infinitas.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 16:11

19
Jun 12

Os homens desabitados

procuram pacientemente

as lâmpadas de néon

que sobejaram da noite

 

(não me dão trabalho

porque um qualquer parvalhão

ou parvalhão

acredita que por eu ter 4 blogues

escrever poesia

e inventar marés nas margens de uma sebenta...

sou um incompetente)

 

os homens sentados sobre as marés

de algodão

pacientemente à pesca de barcos e ponteiros

de um relógio de bolso

 

(… sou um incompetente, o que não é verdade)

 

estou triste

mas não me sinto só

nem abandonado

 

os homens desabitados

procuram

como eu

trabalho dentro das mãos do mar

 

os homens

os homens desabitados

(estou triste

mas não me sinto só

nem abandonado)

porque tenho 4 blogues

escrevo poesia

e invento marés nas margens de uma sebenta...

 

muito triste

eu

tão triste

e não abandonado.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:43

18
Jun 12

Acorda o sono

nos teus olhos de areia molhada

entra em ti a madrugada

dos lençóis húmidos da primavera

e alicerça-se um sorriso

nos lábios da manhã

 

acorda o sono

fechado em ti

o livro do eterno cansaço

nos teus olhos

de areia molhada

no centro da seiva acordar

 

acorda

acorda do outro lado da cidade

o sono

de areia molhada

os teus olhos de amar...

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:42

17
Jun 12

todas as coisas têm um nome

todos os nomes

coisas com rosas brancas nos lábios

 

todas as coisas

todos os nomes

com olhar transparente na boca

todas as rosas

e todos os loucos

 

todas as coisas têm um nome

e eu sou uma coisa

com uma rosa branca nos lábios

todas as rosas

e todas as coisas

são madrugadas sem acordar

 

Todas as coisas têm um nome

todos os nomes

coisas com rosas brancas nos lábios

todos os nomes e todas as coisas

dentro de ti

mulher infinita que habita no meu jardim...

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:54

16
Jun 12

Manhã de Junho

das manhãs mais parvas da minha vida

 

manhã sem sentido

de Junho

numa rua sem saída

 

manhã de Junho

nesta cidade parva

que é a vida.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:31

15
Jun 12

há um beijo

suspenso na garganta da maré

há um poema

nos lábios do beijo

nos cortinados do café

um beijo

há uma gaivota insaciável

nas garras do poema

à procura do beijo

há um livro

com um beijo

suspenso na maré

 

há um blogue

com olhos de beijo

e poemas

 

e palavras

nas garras insaciáveis do blogue

um beijo

um cachimbo

há um blogue de água

com palavras

e desejos e minutos insaciáveis

poemas com beijos.

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 14:13

14
Jun 12

Esconde-se o dia

no cu da agulha

abraçado

o dia

cansado

o dia com poesia

no cu da agulha

abraçado o dia

à porcaria

amaldiçoado sejas

o dia

no cu da agulha

 

cansado o dia

abraçado sejas

amaldiçoado dia-a-dia

na lápide da vida.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:59
tags: , ,

13
Jun 12

Conheci uma rapariga

com nuvens de algodão no cabelo

e no peito

fios de luz em desassossego

antes de cair a noite

 

a rapariga estudava

literatura

arte Russa

e poesia Turca

e namorava

 

ao final do dia

 

com nuvens de algodão no cabelo

literatura

arte Russa

e poesia Turca

a olhava

e cantava

e namorava

com as minhas palavras

 

no peito

fios de luz em desassossego

e caminhava

nas palavras atadas

às mãos do medo.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:40

Conheci-a na esplanada do café

vestida de perfume rosa

e com uma borboleta no cabelo

sentou-se ao meu lado

sem pedir licença

olhou-me e disse-me:

Olá eu sou a morte...

e eu respondi-lhe:

paciência

vens atrasada

como sempre nunca tens hora para chegar

nem data marcada.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:48
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