Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

14
Ago 12

madrugada

hoje

sem encontro marcado

com a alvorada transparente

 

hoje

eternamente só dentro dos silêncios da noite

 

madrugada

hoje

sem flores na algibeira

o néon agoniado pelo balançar da calçada

a maré cresce

e leva todos os corpos para longe

 

gaivotas com asas de beijos

mergulham nos púbis felizes dos poemas entre mãos

madrugada

hoje

entre mãos

e os dias que desapareceram do calendário suspenso na parede do amor

 

viagem

hoje

eternamente só dentro dos silêncios da noite

 

madrugadas

de papel

entre mãos

e flores queimadas sobre o soalho da tristeza

vem a solidão

vem o mar sem espuma

e leva todos os corpos filhos da madrugada

hoje.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:55

Este meu destino

de sobriamente abandonado pelas aves das trevas

quando do relógio das pálpebras

emergem as candeias e

e deus desce pelas escadas de cartão

e o meu corpo transforma-se em vento ensanguentado

entre papeis

e mulheres de porcelana

 

amores risíveis

mas não

ou então

 

das ruas miseráveis da plenitude madrugada

um homem sem cabeça

apaixonadamente ama

ama verdadeiramente o quê?

Se o céu é de fogo

e da terra

oiço as frestas cansadas das estrelas sem coração

o amor?

 

E da terra

se o céu é de fogo

ama verdadeiramente o quê?

o amor?

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:41

Agosto 2012
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