Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

26
Ago 12

fundem-se as lâmpadas do incenso

e uma mão de criança esboça um sorriso nas lápides do amor

olho-te imaginando o teu corpo coberto de poemas de óleo de coco

e sílabas de desejo

dentro do vulcão da noite impossível de regressar

aos teus lábios imaginando

olho-te do destino pintado de vermelho

com rosas de papel

e olhos de mel

e sobre o mar húmido do teu púbis

os barcos atravessam a barra

e desaparecem na neblina da solidão

 

(na tua boca sou apenas um louco)

 

na minha boca

serás a seiva rainha das árvores imaginárias que crescem nas tuas mãos

quando dos fins de tarde

desce a brisa e poisam nos livros as carícias e as medusas e os pigmentos de luz

à janela da tua pele

sem destino marcado

 

(na tua boca sou apenas um louco)

 

um pequeno desgraçado

uma nuvem desenhada numa manhã de tempestade

na tua boca um louco

eu à procura das palmeiras sem saudade

no mar adormecido do Mussulo

e nunca mais regressaram

porque é impossível regressar

ao teu corpo coberto de poesia de óleo de coco

e sílabas de desejo

o louco

imaginando estrelas de algodão no tecto do silêncio

(na tua boca sou apenas um louco).

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:09

Pelo poema, pelas palavras... embrulhados na música, o amor, o amor desce do céu ilimitado, o teu céu abraçado ao meu mar...

E eu imagino um veleiro sem velas galgando os socalcos do douro, e imagino o teu corpo iluminado de sonhos e os sonhos vestidos de beijos, e os beijos, e os beijos nos meus lábios à espera da tua boca e a tua boca, e a tua boca adormecida no meu peito à espera que o céu se apague, e a noite, e da noite desça a tua mão embrulhada em estrelas de papel...

 

(Obrigado Pedro)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:05

Agosto 2012
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