Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

01
Out 12

Oiço-te as palavras amargas

saltitando dentro de um cubo gelatinoso

ao vidro vêm as sílabas dos suspiros da manhã

às páginas em pétalas adormecidas

é no cansaço da vida que acorda a maré de Outubro

e os pilares de aço que sustentam as arcadas imaginárias dos barcos

dormem

tombam nos jardins cobertos de nuvens

 

peço às gaivotas que me deixem caminhar sobre o manto vertical de espuma

em cristais de iodo e sorrisos de silício

 

papeis dispersos nas ruas desenhadas nos lábios da cidade

em compasso

dormem

tombam nos jardins cobertos de nuvens

 

as tuas mãos de Primavera.

 

(poema não revisto)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 23:21

Outubro 2012
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