Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

07
Out 12

Às pálpebras azuis do sorriso

desce a noite embriagada

dorme docemente o livro apaixonado

nas palavras desejadas

ao mar tristemente embaladas

às pálpebras inventadas

trazes nos lábios uma flor

em sofrimento

 

os beijos

às pétalas poesia na infinita noite

em beijos

à boca

os fios de dor

inalados pelos teus cabelos dissolvidos no vento

desenhas a manhã na montra de um café

os beijos

 

às pálpebras azuis do sorriso

quando os cigarros vêm até ao cais das sílabas mortas

sonhas

inventas a manhã

de um café

a esplanada de vento

voa sobre as árvores doentes com lágrimas de mel

em sofrimento

 

e percebo que semeias os beijos

nas minhas mãos longínquas tracejadas da solidão

e percebo

que as pálpebras azuis do sorriso

sorriem como as algas encantadas

pela música de uma flauta embrulhada nas tuas manhãs inventadas

em beijos

à boca .

 

(poema não revisto)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:16

Não haverá abraços de Primavera

e beijos da Lua

papeis submersos na claridade da insónia

e lábios

de luz

da Lua quando a noite cai sobre a cidade das amoreiras

com imensas ruas de acácias

e janelas de porcelana

 

não haverá abraços

e beijos da Lua

tua boca adormecida

 

e eu cambaleio dentro do silêncio do desejo

 

não

não haverá abraços

e beijos da Lua

e eu

e eu canso-me de procurar a sombra lilás dos teus seios

que o rio evapora ao pequeno-almoço

 

e eu cambaleio dentro do silêncio do desejo.

 

(poema não revisto)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:57

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