Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

30
Out 12

Às areias clandestinas da tua cama

os braços de silêncio

nas doces rosas que transpiram tua dor

os cansaços diversos

amargos

doidos quando os sentidos fictícios correm nas esplanadas da fome

cansaços teus lábios ou desejo

dos gemidos tua boca,

 

Às areias clandestinas

onde dormem os beijos abraços

da tua cama amargos traços

que o tempo inventa em loiras meninas,

 

Às areias clandestinas da tua cama

o submerso pedaço de xisto enferrujado nas oliveiras apaixonadas

os barcos os barcos em sítios proibidos pelas palavras cansadas

do prazer corpo teu delírio em chama,

 

Ardente

a tua singela cama

à areia clandestina que sente

os verdes olhos do mar que ama,

 

Às areias clandestinas da tua cama

os versos meus apenas com carícias na tela teu corpo de chocolate

as coisas belas

as rosas amarelas

que do jardim do amor crescem como palavras na boca minha gente

tão feliz eu contente

com o significado inexplicável do prazer de quem não sente

o prazer de sentir as coisas belas da minha amante.

 

(poema não revisto)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:00
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Procuras-me nas pálpebras cinzentas húmidas da madrugada

como se eu fosse um livro de poemas

adormecido sobre a tua mesa-de-cabeceira ausente da claridade

os petroleiros atravessando o Tejo

fundeados no teu peito

a saliva púrpura das carícias invisíveis que teces nas folhas das árvores

quando gaguejas os gemidos das manhãs dos pássaros cansados

nas rosas perfume colorido,

 

Senti as magrezas ósseas das sombras

sem ti nos meus abraços de porcelana

ao longe as pedras da escrita

perpétuas nas sílabas infinitas que as coxas tuas escondem

quando a noite misturada com a lua

dorme docemente sem saber que na rua sem saída

saltitam lágrimas de choque

na borracha clandestina das gargantas dos oceanos de Belém,

 

As tuas cartas semeadas na planície das palavras

oiço a tua voz no transverso esforço do Outono

quando os socalcos imaginados por abelhas estonteantes

e em pequeníssimos voos rasantes

rasgam as nuvens cor de vinho

da tarde transfigurada no alimento desejado

das tão afamadas telas de pó de xisto e neblinas de oiro...

e cai a noite nos arcos de vidro da tristeza.

 

(poema não revisto)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:03

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