cessam as luzes dos teus olhos
manhã de Outono fictícia
sem perceberes que da janela da saudade
rompem lágrimas envergonhadas
tímidas
madrugadas
quando a paixão entra no orifício circunflexo da solidão
e no cubo do medo a tua voz mergulha nas bocas em desejo,
cessam as luzes
e os olhares das plantas
cessam todos os silêncios que a lua constrói
na mão clandestina de uma abelha,
tímidas
madrugadas
envergonhas
lágrimas
todas elas
à janela com cortinados de sémen
o amor dorme docemente nos teus lábios
manhã de Outono fictícia .
(poema não revisto)