Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

05
Dez 12

Inventas beijos

nos lençóis da lua

há cigarros perfeitamente inocentes

nos lábios da noite,

 

há uma janela com grandes de vidro

que transforma o fumo dos teus cigarros perfeitamente inocentes

em sílabas de iodo

inventas beijos

desejos

abraços

e a lua tão bela

e a lua

enrolada nos teus braços

nua

ela

toda tua,

 

inventas o amor

e desenhas no soalho de inverno o sabor da paixão

ela

nua

à lareira

há uma lareira na tua mão

que aquece a lua

a tua lua

o teu coração

havia

nua

uma janela com grades de vidro e sonhos de solidão.

 

(poema não revisto)

 

@Francisco Luís Fontinha

publicado por Francisco Luís Fontinha às 23:35

As veias que não tenho

porque vendi-as para comer

as mãos que me tremem

porque também as vendi

não para comer

apenas porque senti

vontade

desejo

de deixar de escrever

morrer caminhando suavemente sobre a neve invisível

que desce a montanha

as veias que não tenho

e que ninguém amanha

estas palavras poucas

ou loucas

bocas em revolta

que este povo apanha

porrada

desemprego

fome

medo

medo de quê?

revolta-te se ainda tens veias

revolta-te se ainda não vendeste as tuas veias

para comer

para escrever

ou simplesmente para amar

mas revolta-te por favor

revolta-te homem do mar...

medo de quê?

porrada

desemprego

fome

medo

medo de quê?

não há medo que adormeça um homem

não há palavras que acorrentem os braços do homem

que não se deixa adormecer

pelo medo

pela fome

medo de quê?

revolta-te homem.

 

(não revisto)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:39

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