Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

20
Jun 13
publicado por Francisco Luís Fontinha às 23:27

foto: A&M ART and Photos

 

Tudo é tão pouco dentro de mim

quando vejo este meu navio enferrujado mergulhar

suspenso numa árvore de cartolina colorida

cansado

amargurado porque dizem-lhe que deixou de haver mar

como o escrevem nas paredes invisíveis

que jamais existirá amor

os homens e as mulheres todos morrerão

todos os barcos se afundarão

e haverá eternamente mar

e amor

palavras e versos sem sentido contra as nuvens do amanhecer,

 

Tudo é tão pouco e tão vago

como as ruas triste de uma cidade sem coração

com todas as janelas enceradas

portões de entrada

sótãos e escadas em madeira

que é tão pouco

dentro de mim

como um rio sem fim

vagueando sobre as oliveiras dos silêncios

este meu corpo de sílaba adormecida

poisado nu sobre o papel de embrulho

que servirá como teu lençol nos divãs do desejo...

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:46

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