Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

16
Ago 13

foto de: A&M ART and Photos

 

procuro-te nesta encruzilhada de caminhos

como um leão fingindo dormir

ou como a gaivota madrugada

não fingindo nada

simplesmente vivendo a vida como se a vida tivesse vida

fosse comestível

tivesse força própria

como se ela

a vida

a tua vida em encruzilhada de árvore ancorada

fosse... uma alma

penada

 

 

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

sexta-feira, 16 de Agosto de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:31
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foto de: A&M ART and Photos

 

Como acreditar... como confiar... como? Apenas acreditando e confiando..., apenas navegando, apenas, sem mais, nada mais do que, como? Apenas, e muito, os livros e as personagens dos livros, os livros e as estórias dos livros, os livros, as mulheres, as mulheres e o corpo das mulheres, sós, apenas, como?

Como ser feliz quando não se é feliz, como, como acreditar... como confiar... como?

Sendo,

E apenas, voando como as nuvens de chocolate na boca das crianças, como, sendo, as proibidas manhãs com Sábados invisíveis, acreditando?

Sendo, parecendo ser e não o ser, esperar, esperar, só, sentado, numa banco em pedra, frio e húmido, de esqueleto quebrado, os ossos acabados de submergir das profundezas vozes sem as ditas

Palavras?

As loucas palavras?

Sendo, eu sei, voando, se eu soubesse, voava dentro de ti, teu corpo de magnólia com perfume a desejo, e ficando, e deixando

As loucas palavras?

Como retirara venda dos olhos, se ela, se ela é de aço maciço, como cordas de sisal suspensas dos céu, servindo, como acreditando, apenas para acolher com doçura as velhas e cansadas árvores, as alegres e as tristes, como nós, e apenas, voando, e sendo, como tu, sofrendo como tu, apenas, assim... como as algibeiras da noite rompendo a madrugada e pintando o sobejante com acrílicos em cadáveres, quase a serem enterrados vivos na fogueira, sendo, acreditando e

Palavras?

As loucas palavras?

Sofrendo, e ardendo em ti quando transportas contigo a fogueira inventada numa noite de Inverno, quando sentados, nós, desenhávamos o fogo nas paredes do escritório, como acreditar?

Acreditando,

E

E como confiar?

Confiando,

Não o sei, apagando esse fogo, ouvindo a música das plantas, simplesmente... ouvindo e sonhando e

Acreditando?

E acreditando...

Acreditar? Brincando como palavras sós, desejosas de serem desejadas, brincando, brincando sós, nós, entre árvores e rios, e socalcos como telas envelhecidas das paredes novas do amor, acreditando?

Acreditar... que, talvez, o amor, viva como vivem os homens e as mulheres, brincando, e sofrendo, e acreditando... confiando, vendo e sendo, uma noite vestida com pregos e tábuas finas, e as lâminas de água, e os barcos envenenados com saudade e o silêncio,

Confiando?

Como confiar se amanhã pode não ser Sábado?

Sendo,

E apenas, voando como as nuvens de chocolate na boca das crianças, como, sendo, as proibidas manhãs com Sábados invisíveis, acreditando? Acreditar, sim, sim sendo, sentados como ontem, sentados a ver o mar, a regressar de longe, apenas e sós, sendo, eles,

Acreditando,

Acreditando?

Acreditando que assim sendo, amanhã, amanhã regressará para nós, os ditos sonhos, que vimos fugir, que vimos partir... como um tornado correndo montanha abaixo, sós, nós

Acreditando?

E em acreditar... eu... sofrendo, sofri, não dizendo que... amanhã poderá não ser Sábado,

Quem o garante?

Ele?

Ela?

Ou... vós, vós que sois cortinados de uma janela à beira do precipício...

Esperando

Acreditando que acreditar,

Não,

Não somos o vento, porque se o fossemos... tínhamos nãos mãos asas... e temos dedos, dedos de acariciar corpos sofrendo, corpos desejando, corpos... acreditando.

 

(não revisto – ficção)

@Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 16 de Agosto de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:38

foto de: A&M ART and Photos

 

Não tenho dias de ti

em todos os horários mergulhados nas amoreiras cinzentas

não posso acreditar nas tuas tristes palavras

que alimentam a máquina dos sonhos

não

não tenho dias de ti

e em ti

as películas negras da paixão

desertaram

morreram

esgotaram-se como amêndoas de cartão

no amanhecer desconhecido,

 

Não

não tenho dias de ti,

 

Em ti

e em ti,

 

Não

não tenho dias em ti

e em ti,

 

Não tenho dias de ti

às conversas mórbidas das tardes poeirentas

há silêncios que demoram...

há em ti

momentos

desejos

circos ambulantes entre rosas e palavras sem sentido

tu

eu

perdidos dentro do mundo sem fechadura...

e sofremos

e sofremos as sílabas dos calendários falsificados.

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

sexta-feira, 16 de Agosto de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 14:45

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