Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

17
Nov 13

foto de: A&M ART and Photos

 

Inventei o cansaço

o tédio

e a dor

inventei os palhaços em aço

o remédio

e o amor

fui amado

desamado

e dissecado por um doutor

inventei as amendoeiras em flor

os guindastes em movimento

e o vento

 

(fui filho

sou filho

e continuarei a ser... filho)

 

inventei o cansaço

o tédio

e a dor

tive palavras reescritas em muros em xisto

sou pai dos profetas falhados

inventei o livro da noite com holofotes embriagados

fui drogado

fui homem deambulando nos silêncios das montanhas amoreiras

fui desempregado

cristão

e baptizado

inventei-me homem e sou um livro sem coração

 

inventei-me sabendo que tu me inventavas

inventei a palavras que tu me odiavas

inventei o cansaço

o abraço

e os lábios com sabor a mel

tive pássaros com asas em papel

inventei-me dentro de uma nuvem imaginando que me abraçavas

tive tudo

tive tudo e não tenho nada

fui infeliz

feliz

cadeira de esplanada

 

(fui filho

sou filho

e continuarei a ser... filho)

 

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 17 de Novembro de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:47

foto de: A&M ART and Photos

 

esta sílaba engrenada das minhas mãos adormecidas

que abraçam o teu rosto mergulhado em sombras e tempestades

oiço em ti as lágrimas das ruelas transparentes que o vento leva

que a chuva alicerça

esta sílaba abandonada

como papel emagrecido das árvores sem sentido

coitadas

quando as ardósias invisíveis do nada

escrevem-se as palavras dos teus lábios de apaixonada

esta sílaba que me enlouquece

e me diz...

meu amor... estarei sempre ao teu lado

 

 

(não revisto)

@Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 17 de Novembro de 2013

publicado por Francisco Luís Fontinha às 13:28

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