Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Set 11

Regresso a casa nas mãos do vento

Com nuvens suspensas nos meus lábios,

Regresso do mar,

E chego a casa e um petroleiro à porta de entrada,

Cansado e com falta de ar,

Cansado e quer zarpar

Pela madrugada…

Regresso a casa

E a casa vazia e a casa perdida nas estrelas da noite,

A casa embalsamada,

A casa enfurecida com a tempestade,

A casa malvada,

 

Regresso a casa nas mãos do vento

E o vento encostado ao petroleiro,

E a casa camuflada no capim desajeitado…

Regresso a casa e a casa em sofrimento

E a casa um veleiro,

A casa… um corpo deliciosamente travestido de gelado,

 

Regresso a casa nas mãos do vento

Com nuvens suspensas nos meus lábios,

Encalhada em astrolábios

Sem movimento,

 

A casa nua

A casa que se evapora no cacimbo de Luanda…

Regresso a casa e pela janela vejo a lua

Prisioneira nas mãos de quem manda…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:39

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