Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

25
Fev 14

foto de: A&M ART and Photos

 

Às flores vencidas

aos pilares de areia das tardes perdidas

às árvores emagrecidas

e aos rios condenados

tristes

tristes e apaixonados

aos sorrisos de algodão

e às lágrimas de porcelana

às flores envelhecidas que ressuscitadas insistes

e ignoras

e choras...

a madrugada das persianas embaladas,

 

(às flores vencidas

e aos cansaços amores do invisível desejo)

 

Às flores vencidas

que se escondem em jardins com janelas encardidas

aos pássaros de marfim com ossos desventrados em marés esquecidas

e aos silêncios com palavras escritas em paredes de xisto

e tu não percebes os sonhos com coloridos quadrados e círculos nocturnos

e desisto

de procurar os lábios da Garça sem graça... nas ruas de Lisboa

descendo a calçada endiabrada comendo rebuçados de voláteis cigarros de chumbo...

às flores enroladas em trigonométricos fumos

que morrem na cidade das esplanadas de vento

com sofrimento

a vós, a todos vós que têm corações de pano e beijos de chita...

 

(às flores vencidas

e aos cansaços amores do invisível desejo)

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 23:00

Cenas da NET: Poema de Francisco Luís Fontinha – Sapo Angola – Blogue Cachimbo de Água.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 13:53

Sento-me nas esferas anacrónicas dos beijos de papel,

sinto o perfume cansado de uma rosa embalsamada,

ela dorme dentro de um poeirento livro,

e chora e sofre... e sonha,

sento-me e percebo que sou um pedestal sem mágoa,

um triste infeliz construindo barcos de esferovite,

sinto-me aprisionado aos tanques de marfim onde mergulhavam os meus bonecos de criança,

e sei que lá fora, quando cai a noite sobre o capim...

chora,

a cobra de quatro cabeças,

a longa esferográfica perdidamente apaixonada por mim...

que loucamente inventa palavras, círculos... e quadrados com olhos de insónia.

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 01:13

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