Hoje, tu, não estavas,
provavelmente tinhas partido, sem uma carta de despedida, sem um desenho esquecido na parede do quarto,
percebi que os nossos lençóis não tinham o teu perfume,
olhei o espelho do guarda-fato... e apenas uma poeira de néon, nada mais...
o teu rosto das noites imaginárias tinha voado,
abri a janela... e pareceu-me ver o teu corpo naufragado, sem voz, sem pétalas azuis,
hoje, tu, hoje tu não estavas,
e o meu relógio de pulso não cessou de girar... girar, girar... como eu, em volta do Luar.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 21 de Abril de 2014