imagino-te submersa em palavras de solidão
imagino-te vestida de poesia
de cravo na mão
imagino-te livre
nua
imaginar...
a madrugada sem nome
voando sob a cidade dos xistos embriagados
e há um rio em silêncio
um rio... um rio apaixonado
imagino-te deitada na areia pálida do Mussulo
escrevendo as palavras de solidão
no meu corpo
em mim
em construção
imagino-te com asas em papel amarrotado
escrito
rasgado no centro geométrico
rodando
brincando junto aos coqueiros imaginados
imagino-te de lábios desenhados
no muro da insónia
e sonhas
sonhando...
que te imagino submersa em palavras de solidão
e há uma varanda com cortinados de paixão
e há uma canção que acorda em ti... que te imagino submersa... solidão
no meu corpo
em mim
em construção.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 25 de Abril de 2014