Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

27
Abr 14

há um xisto vestido de tristeza

uma nuvem sangrenta poisada em ti

árvore sonolenta

magoada

jardim descalço

jardim... jardim filho da madrugada

 

há um rio perdido na calçada

esperando a tua mão

há um rio dentro de ti

correndo

correndo... correndo nas tuas veias de solidão

e gritando e gritando...

 

há um xisto no muro onde me sento

e te espero

dou-me conta que hoje não há o rio dentro de ti

que tens lágrimas

que... que danças no jardim

magoada no jardim descalço...

 

adormeço

sonho com fios de nylon aprisionando o Céu

que tens estrelas no olhar

e flores

flores na tua doce boca de jasmim

há um xisto... de tristeza... há um xisto dentro de mim.

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 27 de Abril de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:48

no seu término o dia mistura-se com as sombras do prazer

o teu corpo mergulha sobre o meu peito flácido

quase a adormecer

lá fora há poemas por escrever

palavras vagabundas correndo junto ao Tejo

folheio as pequenas páginas dos teus seios

descubro o significado de “Amor”...

e sinto a paixão a entranhar-se nos meus ombros

 

há silêncios a descer a tua pele de doirado sémen

que acabam por morrer

semeiam-se nos límpidos lençóis de seda

como jangadas esquecidas em Cais do Sodré...

afinal... o sonho são as pequenas páginas dos teus seios

à janela do “Adeus”

simplesmente inventando soníferos de cartão

e livros a arder

 

há em ti um púbis construído de andorinhas

e flores de papel

e no seu término...

o dia... o dia cansado de viver

como se o teu corpo embrulhado nos meus braços de aço laminado

adormecesse vivesse amasse e morresse

e descubro o significado de “Amor”...

e de ser “amado”.

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 27 de Abril de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:11

há silêncio nos teus lábios

pequenos beijos envenenados pela paixão

palavras dispersas

palavras sem canção

há matemática no teu olhar

equações trigonométricas nos teus braços

há silêncios...

e pedacinhos panos com sabor a saudade

disfarçados de madrugada

há barcos fantasma na tua mão Oceano

e sombras e sombras... e sombras que a noite vomita

e alimentam o teu sonho

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 27 de Abril de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:50

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