Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

11
Mai 14

O corpo é de espuma verde,

cintilam nela as cerejas de papel,

o corpo incendeia-se quando cresce a noite nas mãos do desejo,

e ouve-se o beijo,

deambulando nas orgias marés de Inverno,

o corpo em chamas, o corpo Inferno,

como lábios de mel...

a cidade desamarra-se do cais da liberdade,

 

O corpo é de espuma verde,

erva daninha nas encostas da montanha sem amanhecer,

o corpo brinca na lareira inventada dos olhos em verniz envelhecer,

o corpo ginga como uma moeda a morrer,

sei que vês os Oceanos marginais que a cidade embarca,

o corpo diminui, o corpo procura a sílaba tonta com perfume de naftalina, e há uma arca,

e há uma sombra, apenas com uma palavra e que não quero escrever...

o corpo é uma bala com nome de cidade,

 

A cidade a arder.

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 11 de Maio de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:32

mergulho nos sonhos da tempestade,

depois, depois adormeço na espuma invisível do vento,

pergunto-me se existem cabelos de porcelana no teu sorriso,

dizem-me... dizem-me que o teu sorriso não me pertence,

há um exíguo cansaço no meu peito,

uma corrente de aço que me suspende ao Luar,

um constante fluxo de iões voando nas asas da gaivota madrugada,

mergulho em ti, mergulho nas tuas mãos de rosa ensonada,

mergulho no amanhecer,

sem o saber,

como um inocente corpo abandonado nas sombras da cidade,

como um esqueleto sem vontade de amar...

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 11 de Maio de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:21

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