deixas-me nervoso
odeio-te
canso-me das tuas palavras
e do teu sorriso
(horrível... que és)
não percebes que tenho asas
que sei voar...
que tenho sonhos
sonhos de amar...
cansas-me
e odeio-te...
e o teu sorriso
parece uma charrua a entranhar-se na terra agreste
miúdo burra
miúda... miúda sangria
cansas-me
e odeio-te... e odeio-te poesia
(horrível... que és)
insossa
ignóbil
estúpida
burraaaaaaaaaaaaaaaa....
deixas-me nervoso
odeio-te
canso-me das tuas palavras
e do teu sorriso
canso-me da tua rua
dos teus gritos enquanto voo sobre o planalto cinzento
fumo um cigarro
fumo...
recomeço
nada exijo
porque te odeio poesia
(horrível... que és).
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 22 de Junho de 2014