Observo num espelho curvo a implosão do meu desejo,
há uma estrada que circula nas minhas veias,
sentamos-nos,
e tu, tu ignoras a palavra mágica retirada de uma nuvem sombreada pelo amor,
pergunto-me o significado de...
amor?
não, não... pergunto-me o significado de pecado,
quando a implosão do meu desejo se desvanece,
adormece sobre ti...
e o espelho acompanha-nos até à morte,
há uma estrada que és tu quando me abraças,
ou... abraçavas,
Há uma estrada salpicada de mar,
e palavras indefesas que procuram a noite,
uma noite tranquila, uma noite transatlântica...
parva,
romântica...
e pergunto-me o significado de...
amor?
não, não... pergunto-me o significado de voar,
quando os teus lábios se masturbam na claridade do luar,
há flores,
há... essa maldita estrada,
tão longínqua... e... e cansada.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 1 de Julho de 2014