Sacia a minha solidão que habita em teus lábios de pergaminho,
desenha os meus beijos na face oculta da lua,
não tenhas medo de amar, coração de areia,
sacia-me enquanto eu for a madrugada recheada de gaivotas,
bandeiras suspensas nos mastros invisíveis que só a noite percebe,
e escreve,
no meu corpo as tuas mágoas, os teus medos...
os rochedos das tuas pálpebras...
Sacia a ninha tristeza,
abraça-me quando descer sobre a relva de granito as lágrimas da Primavera,
um livro que que se encerra,
morre...
uma página esfarrapada pelas garras do amor,
há poemas e palavras,
que... que desconheces,
e que são o teu corpo com asas de silêncio...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 5 de Julho de 2014