Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Ago 14

Lapido-te,

Do barro crescem os teus seios de amanhecer,

Doces,

Baloiçando nas arcadas do Poente,

Transformo-te em ponte,

Pinto-te de esplanada junto ao Rio…

Lapido-te,

E entranho-me no barro teu corpo,

Viajo,

Como um velejador solitário,

Tu…

E eu…

 

 

Lapido-te,

Sabendo que lá fora há fome,

Miséria…

Guerras…

Mas… mas lapido-te como se fosses um diamante raro,

Inacessível,

Como as palavras que te penetram enquanto dormes…

Lapidando-te… lapidando-te sem o sentires,

Como a película do teu púbis mergulhada em sias de prata,

Ténue caravela dançando nos meus braços,

Lapidando-te,

Nas asas da noite envergonhada.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 25 de Agosto de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:33

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