Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

03
Set 14

Esta viagem não terá fim,

a terra que procuro não existe mais,

parecem livros velhos... parecem jornais,

semeados na lareira do sofrimento,

esta viagem é uma guilhotina de insónia,

esperando a noite,

esta viagem é uma rua sem saída...

onde habitam telhados de incenso,

essa terra... essa terra envelheceu,

e esta viagem embrulha-se no vento,

grita às encostas graníticas sílabas com doença,

sílabas dentro de um saco de napa vestido de Céu...

esta viagem desassossegada,

quando se confunde com a madrugada,

essa terra magoada...

no olhar das serpentes em silêncio,

esta viagem desterrada,

sem porto para aportar,

e aquele mar... e aquela terra íngreme que ficou encaixotada,

esta viagem marginal correndo em direcção ao nada,

rochedos, auroras boreais, e outros medos,

e tantos mais...

essa terra,

esta viagem,

este corpo sem correntes,

este corpo sem misericórdia...

que não cessa de ranger,

e tantos mais... esta viagem que parece aos poucos morrer!

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quarta-feira, 3 de Setembro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:27

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