A cidade a arder
quando os teus lábios se entranham nos meus lábios
alguém liga o interruptor da noite
e ela cai sobre os teus seios
como a tempestade
ou... ou a destruição do muro que nos aprisiona
e come a cidade a arder
e as ruas em fuga
para a outra margem
o barco escondido nas tuas mãos
nos leva
e desaparecemos na neblina,
A fogueira que há em ti
e faz do teu corpo o aço em delírio
o sino da aldeia nos acorda
e alimenta
e encanta...
como um jardim despido à nossa espera
tenho medo das tuas garras de serpente sem nome
envenenada pela paixão
a cidade a arder...
na cidade com fome
da cidade sem coração
da cidade dos rochedos em liberdade.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 30 de Novembro de 2014