Não encontro a simplicidade do teu cabelo,
sinto-te cansado,
distante das clarabóias da saudade,
habitas esta cidade...
como se ela fosse um abrigo negro,
ou...
ou um poço tão profundo como a tua dor,
não encontro as tuas mãos...
quando me levavas a olhar os barcos,
e me dizias... e me dizias que um dia...
regressaríamos...
sem regressarmos nunca mais,
não encontro a simplicidade do teu cabelo
que a tempestade alicerçou ao luar...
sentado...
imaginas o silêncio embriagado estonteante contra as frestas do sofrimento,
não falas...
nada em ti é vida,
… ou alegria de caminhar junto ao mar,
imagino a tua partida...
e não sei o que escrever... depois,
amanhã,
… ou... ou amanhã ao quadrado...
e dentro de mim... as palavras em rebelião nos cortinados desta triste cidade...
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 14 de Novembro de 2014