Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

20
Nov 14

Desintegro-me na desilusão das imagens adormecidas

pareço um velho palhaço gritando para a multidão

palavras

e canções

e noites perdidas,

 

Viagens enigmáticas com odor a madrugada

rios embriagados correndo nas minhas veias

dilatadas

tristes

tristes como as lágrimas da calçada,

 

Desintegro-me sem o saber

enquanto sonho nas planícies lunares

desintegro-me lentamente como o vento nas tardes de liberdade

recebo uma carta... lá dentro habita a saudade...

e desintegro-me nas palavras por escrever,

 

As rosas que disparam sorrisos encarnados

o oceano levitando nas mãos de alguém que é amado

o barco do desejo... navegando

navegando nos cortinados da mentira...

e desintegro-me nos planaltos prateados,

 

Há no teu olhar rochedos vadios comendo mendigos engravatados

das tuas pálpebras ancoradas

despem-se os seios da manhã sem despertador

maldito relógio que nunca morre...

e todas as luzes poisam nos ombros dos alegres desgovernados...

 

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quinta-feira, 20 de Novembro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:51

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