Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Dez 14

Na prisão do “Adeus”

velhas flores são torturadas pelo silêncio da luz,

não existem janelas, não existe uma porta,

frestas,

ou... ou literatura,

lá fora, na rua,

ouvem-se os gritos dos pássaros e das abelhas,

há um subscrito negro onde alguém escreveu...

“para a morte”

as velhas flores não precisam de saber qual é o significado da morte,

elas são velhas flores torturadas...

pelo silêncio da luz,

(e a morte é o anoitecer de cheiros e sons

que só as velhas flores conseguem desenhar

nas húmidas paredes da prisão do “Adeus”)

na prisão do “Adeus”

velhas flores são torturadas pelo silêncio da luz,

não existem janelas, não existe uma porta,

frestas,

ou pedaço de areia com sabor a mar...

e as grades de ferro transformam-se em madrugada vestida de branco.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quinta-feira, 11 de Dezembro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:01

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