Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

20
Dez 14

(desenho de Francisco Luís Fontinha)

 

 

O peso do sono quando a noite se suicida no olhar das palavras,

a metáfora inventada

que as imagens alicerçam à construção da fantasia,

regressar... nunca,

o peso do sono suspenso nos oiros plátanos da ínfima melancolia,

o sono morre como morrem as ervas daninhas das minhas veias,

em silêncio,

o peso do sono voando sobre as esplanadas de vidro,

o cansaço das fotografias entre quatro paredes de xisto,

cintilam as calamidades do infinito orgasmo de papel...

e ninguém percebe que na tua mão...

que na tua mão habitam os finíssimos cabelos do poema,

o corpo vacila no pêndulo da saudade como um círculo de luz,

esquecido nas masmorras da infância,

o peso do sono mensurável nas avenidas acabadas de projectar,

sem automóveis para conversar,

pessoas,

sombras...

casas em sonolência despedida,

eu,

transeunte iluminado pelos vapores de iodo,

mergulhado em vulcões de alegria

e... e alguns pedaços de fogo,

e o peso do sono em constante tortura... quando me visto de noite inseminada.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 20 de Dezembro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:26

Disseram-me que tinhas o arco-íris na pele

disseram-me que o teu corpo era um poema ilegível

um sonho transformado de noite

abrupta

submersa na paixão dos lírios

que dormem nas minhas veias

disseram-me...

disseram-me que existe no teu olhar uma seara de palavras

um Oceano de incenso

que só o sémen do infinito consegue silenciar

disseram-me que o espelho da tua subtileza

adormeceu... no meu cigarro.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 20 de Dezembro de 2014

publicado por Francisco Luís Fontinha às 01:07

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