(desenho de Francisco Luís Fontinha)
vivo neste esconderijo
um cubo de vidro
no... lixo
não
não quero que me toques
me olhes...
não...........................
não quero existir
voar
ler
não
vivo neste cubo de vidro
adoro este esconderijo recheado de palavras
e
e de mendigos
o relógio não anda
a janela não se abre
nem fala comigo
há numa das paredes deste cubo de vidro...
tristeza
e... e o frio
um velho amigo
que me acompanha desde a infância
um desenho garrido
um espelho
neste cubo de vidro
não vivo
que vivo
sem perceber que o meu corpo é um esconderijo
de vidro.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 4 de Janeiro de 2015