(desenho de Francisco Luís Fontinha)
Sou o ardina das janelas de vidro,
dizem-me que nas palavras habitam os teus lábios,
da lua oiço os teus recados,
as tuas lamentações,
sou ardina,
cancioneiro dos jardins perdidos,
sou a jangada invisível dos teus seios
masturbados na claridade da ausência,
dizem-me que do poema
nasces nua,
em granito esculpido,
pelos meus olhos... sou o ardina das janelas de vidro.
Francisco Luís Rodrigues Fontinha
Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2015