Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

19
Jan 15

Pintura_64_A1_Nova.jpg

(desenho de Francisco Luís Fontinha)

 

 

Encosto-me a este infeliz candeeiro

com sorriso de néones,

percebe-se do seu esqueleto enferrujado

o cansaço da noite,

há nele as carícias invisíveis do pavimento térreo

e das flores aprisionadas aos seus braços,

uma corda acorda

e passeia-se junto ao rio,

fumam-se cigarros nas sombreadas alvenarias de verniz

que o vento transportará para o silêncio dos teus seios,

uma lágrima de enxofre cai suavemente sobre o meu peito...

e amanhã não haverá alvorada,

encosto-me...

e escondo-me das tuas garras,

dos teus lábios com sabor a palavras,

e...

e encosto-me ao teu corpo

das canções à lareira,

hoje... hoje é Domingo?

não sei... meu amor!

uma corda acorda

e dança dentro da madrugada cinzenta

como uma balança...

velha e rabugenta.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2015

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:55

Pintura_66_A1_Nova.jpg

(desenho de Francisco Luís Fontinha)

 

 

desenhei o teu corpo com os meus dedos de acrílico desassossego

escrevi nos teus lábios o poema da morte

e a separação inventada que só a noite compreende

abri a janela e ao longe os pincelados cheiros do Tejo

que aos poucos se entranhavam em mim

como uma gabardina de aço

e sem eu o saber

tu... desmaiavas na tela do ciume

desenhei

e escrevi

o suicídio perfeito

do poeta sem nome...

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2015

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:20

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