Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

22
Jan 15

A maré que chora

e

grita

o esperma emancipado da poesia adormecida

a lágrima

o sorriso de uma ferida

a maré que inventa meninos ao amanhecer

o mar endurecido

o mar... o mar a morrer

a sílaba

e

grita

a palavra

na vagina do silêncio...

a maré

cinzenta

a ratazana dos armários de vidro

a infâmia quando acorda o mendigo.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quinta-feira, 22 de Janeiro de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:34

Desenho_A1_109.jpg

(desenho de Francisco Luís Fontinha)

 

 

quando o corpo se despe das palavras

e os ossos se vestem de sombras

o amor existe ou não existe dentro de um copo com água...

o que é o amor?

uma palavra

um sorriso

ou... um transeunte olhar reflectido no espelho da madrugada

com asas em papel flamejante...

 

não respondas!

não pronuncies a minha alvorada

quando eu nunca tive uma alvorada só minha...

nada

nem cidades

nem nomes

abstracto este retracto esculpido no tronco da árvore dorida

que só o silêncio consegue abraçar,

 

e o amor

amar...

mar

barcos com lábios de azimute embriagado

a água que habita o vidro sulfuroso... dorme

inventa plataformas de vinil

e a corda transparente do desejo

enfestada de vírgulas e traços e riscos e... e pontos de interrogação...

 

O que é o amor?

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quinta-feira, 22 de Janeiro de 2015

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:58

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