Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

23
Fev 15

Desenho_A1_078.jpg

 

(desenho de Francisco Luís Fontinha)

 

 

Os sete orgasmos do Mussulo, a liberdade sobre as palmeiras invisíveis que me atormentavam, como campânulas de sofrimento, ao deitar, o caixão que dançava deixou de o fazer, dificuldades com o cachê, dispensa de artistas e cadáveres de cera, um altar recheado de almas, tantas almas como os versos do sem-abrigo quando sentado numa cadeira apodrecida de um circo ambulante,

Quero ser artista, mãe!

Nem penses..., nem... penses...

Filho meu não é artista!

Nunca,

Nunca, mãe?

Os sete, juntos, e sós, no Mussulo era mais barato, a saia descaída, o soutien desenhado no peito

E...

Nunca, mãe?

Nunca,

Nunca

No peito uma flecha de sémen rodopiando no gelo do ringue de patinagem,,,, o belo, a dança... e o corpo em pequenas rotações...

 

 

(ficção)

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:13

Desenho_A1_071.jpg

 

(desenho de Francisco Luís Fontinha)

 

 

o triturador do sono

mergulhado nos teus olhos incandescentes

tens nos lábios o pingente beijo

iluminado pela saudade

entre quatro paredes

paredes

sós

nem porta

janelas

cubículo de prata

onde habitam todos os cheiros da cidade...

as abelhas do amanhecer saboreando a tua pele de mel

como se tu

janelas

fosses um pedaço de pólen

ou

nem portas

e nas paredes

as frestas da insónia

sombreadas

e acorrentadas

às sílabas enforcadas

do velho barco de esferovite...

que em criança eu brincava.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:39

Desenho_A1_054.jpg

(desenho de Francisco Luís Fontinha)

 

 

A morte dos esquissos preguiçosos e das palavras enamoradas,

o fogo do poema invadindo a biblioteca assombrada pelos cortinados vivos dos esqueletos de papel,

cá dentro, marés de solidão abraçam-se aos lápis e canetas abandonadas sobre a secretária,

os papeis parecem doentes, empilhados numa qualquer enfermaria...

esperam,

desesperam,

e acreditam que um dia vão ressuscitar...

mentira,

nunca o farei,

porque os papeis são para destruir

juntamente com o meu corpo de granito vagabundo,

um sem-abrigo, sem... e sem mundo...

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2015

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:56

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