Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

27
Fev 15

Os outros, o monstro das quatro cabeças brincando dentro de mim, saltava à corda, subia aos pinheiros pintados em papel cenário..., e havia sempre um pigmentado sorriso nos seus lábios, era Sexta-feira, daquelas Sextas-feiras que iluminam as imagens a preto e branco, o sono, a agonia de olhar o mar desenhado numa das paredes do quarto, escuro, ainda boiava a noite nas veias da adrenalina constelação do amor, aquele amor inventado apenas para adormecer na poesia, nada mais do que isso...

Isso o quê, meu amor!

Os outros, o monstro

Batem à porta,

Livros, livros nas mãos cardume do carteiro, assine aqui se faz favor, assinei, foi-se embora, escondido no arvoredo comecei a acariciar o envelope, lá dentro percebia-se que alguém existia para me abraçar, daqueles abraços trigonométricos, sabes?

Sei, os outros, o monstro, a perfeita nostalgia ,sebes de papel laminado voando sobre o jardim

O gajo passou-se, dizem...

Que sim, livros, Isso o quê, meu amor! Batem à porta, e falou comigo.

 

 

 

(ficção)

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:04

as palavras amaldiçoadas do teu poema

moribundo

sem personagens nem cidades floridas

os teus sonhos encantados

masturbados na triste insónia da noite

quando a noite deixou de existir

e hoje

apenas um cortinado de fumo

sem olhar

sem alma

se tens alma no teu amar...

se tens olhar na tua alma de brincar...

e as palavras de chorar

as fechaduras do teu peito

e as janelas dos teus seios

sem fotografia para o mar

se há olhar na tua alma

então este barco não é sucata

nem monstro da infância

se há alma no teu amar

porque existem correntes em aço

que me aprisionam a este muro em xisto...

com lábios em desejo

desejando a insónia da noite...

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:45

Os teus lábios acorrentados aos meus beijos embriagados pelo desejo, não o sinto, o vulcão da tua pele, não vejo o sorriso da tua mão, em vulcão, mergulhada nas palavras que o silêncio desenha na melancolia,

É falso,

O dia disfarçado de lápide, os outros destinos rejeitados pelo cacimbo, há uma fogueira no corpo da sinfonia do amor,

É falso,

O falso prazer, a liberdade to TEXAS e Cais do Sodré gingava na penumbra salgada do abismo,

O querido dança?

Fumo,

É falso,

São falsas, os textos a beleza e o amar, quando o amar pertence aos clandestinos eternos sonos dos Narcisos de prata, o pilar central do orgasmo mergulhada entre duas árvores,

Amar, amor,

Ao fundo os homens calcetando labaredas em poesia adormecida... é falso, que o amor morra nas planícies salgas do deserto...

 

 

 

(ficção)

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 27 de Fevereiro de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 01:01

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