Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

26
Mar 15

(Para a minha mãe, feliz aniversário / IPO - Porto, 26 de Março de 2015)

 

“Descascando a cebola” como Gunter Grass me ensina, mergulho no parapeito da fotografia com vista para o jardim, ao meu lado, sombras, terraços de chocolate, homens, mulheres e crianças.

Perdi a paciência, diz ele em tom de prosador,

Deus olha-me, penso eu, não encontro no corpo o prazer do sossego, quando as palavras morrem, e a morte é a viagem para a literatura,

A espingarda, finjo, tenho na algibeira meia dúzia de balas, de xisto, como o Douro Vinhateiro, o rio

E as crianças, a cebola liquefeita nas mãos da cozinheira,

Mãe o que é hoje o jantar?

Poemas de “Al Berto”,

Gosto, adoro, amo…

Amar, desenhar na cebola os lábios da inocência (telefone toca) quando amanhece no teu sorriso, a espingarda

Minha querida!

E a espingarda escrevendo poemas em cada camada da desassossegada cebola…

 

(Ficção)

Francisco Luís Fontinha . Alijó

Quinta-feira, 26 de Março de 2015

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:10

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