“Mãe, as pedras falam?
Um dia, um dia… meu filho!”
O silêncio adormecia em ti
Como adormecem todas as tristezas
Dos dias insignificantes
Entre poesia
E viagens ao desconhecido
Tínhamos todas as imagens do sono
Habitava em nós o cansaço
E a solidão da noite
Ouvíamos o ranger da janela
Em pérfidos orgasmos de prata
O silêncio das coisas inacessíveis
O sexo desacreditado
Numa cama de um qualquer hospital
As lágrimas
Nas janelas
Para…
O mar, mãe?
Um dia, um dia… meu filho!
No poço da penumbra
Os teus braços engasgados no medo
O amor
Quando inventado na madrugada de papel
E deixamos perder o luar
Amanhã, mãe, amanhã as pedras falam?
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 1 de Maio de 2015