Fujo de ti,
Transformo-me em cinza
Ao anoitecer
Sem perceber
Que na minha mão
Morre,
Um cigarro,
A arder,
Fujo de ti
E sei que da noite apenas regressam as sombras
E o cheiro do capim,
Entre sílabas e imagens,
Entre barcos
E
E náufragos sem identidade,
Ignoro-me
E fujo,
Como fogem os lírios em cada pôr-do-sol,
Como fogem os corações em cada solstício,
Perdi-me,
E fujo.
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 15 de Maio de 2015